Educação integral atenderá o dobro de estudantes da rede estadual em 2022 em 107 cidades

No ano letivo de 2022, a rede estadual de ensino contará com 175 escolas de Educação em Tempo Integral, que atenderão 40 mil estudantes – o dobro do ano de 2021, que teve 21 mil alunos estudando nesse modelo, em 92 escolas. As instituições de ensino estão em 107 cidades e fazem parte do programa Paraná […]

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Imagem Educação integral atenderá o dobro de estudantes da rede estadual em 2022 em 107 cidades

No ano letivo de 2022, a rede estadual de ensino contará com 175 escolas de Educação em Tempo Integral, que atenderão 40 mil estudantes – o dobro do ano de 2021, que teve 21 mil alunos estudando nesse modelo, em 92 escolas. As instituições de ensino estão em 107 cidades e fazem parte do programa Paraná Integral (que consiste em colégios totalmente integrais) ou do programa Integral + (em que algumas turmas dos colégios adotam o modelo).

Nas escolas de Educação em Tempo Integral, tanto os estudantes quanto os professores têm jornadas ampliadas: os alunos passam 9 horas por dia no colégio, enquanto os docentes podem cumprir todas as 40 horas semanais na mesma instituição. Para o professor, isso significa mais tempo para planejar as aulas e criar estratégias interdisciplinares. Para os estudantes, há a possibilidade de criar uma relação de mais acolhimento e pertencimento na escola.

A matriz curricular do modelo integral compreende componentes curriculares diferentes dos regulares, como Projeto de Vida (que fará parte do Novo Ensino Médio), estudo orientado, liderança de turma, eletivas e clubes de protagonismo, com temáticas escolhidas pelos estudantes — por exemplo, clubes de leitura, cinema, astronomia, jornal laboratório, entre outros.

A proposta desses componentes (e do ensino integral como um todo) é permitir que os estudantes tenham mais protagonismo na escola e estejam capacitados para planejar seus futuros de acordo com seus projetos de vida.

Outro diferencial desse modelo de ensino é a presença de professores coordenadores de área (que acompanham os professores da cada área do conhecimento, orientando-os em questões relativas à BNCC — Base Nacional Comum Curricular) e de professores tutores. Estes acompanham de perto, e de maneira individualizada, o desenvolvimento, as necessidades e as conquistas de cada aluno.

COMUNIDADE PARTICIPATIVA – O diretor Paulo Sergio Faganello, do Colégio Estadual Dario Vellozo, em Londrina, no Norte, destaca que o modelo proporciona uma comunicação mais direta com a família e incentiva o desenvolvimento de uma comunidade escolar mais participativa, com alunos, professores, diretores e pais construindo uma relação de confiança. A mudança trouxe muitos resultados benéficos para o colégio.

“Nós tínhamos um índice alto de abandono. Nas primeiras avaliações do Ideb, nossa escola apresentou números baixos. A partir da implementação da educação integral, conseguimos fazer essa transformação toda. Hoje, temos mais alunos frequentando as aulas e um dos melhores índices no Ideb no Núcleo Regional de Educação de Londrina”, diz o diretor.

Para a estudante Isabelle Steagall Condé, de 13 anos, que cursa o 7º ano no mesmo colégio, o principal benefício do ensino integral é ver a escola como uma segunda casa, estreitando os laços com colegas e professores. “Diferente do que muitos pensam, o ensino integral não é exaustivo. Pelo contrário. Estamos sempre com nossos amigos, convivendo e aprendendo uns com os outros”, afirma.

A aluna destaca, ainda, como o conteúdo visto em sala de aula está conectado à sua realidade e a prepara para os desafios da vida. “Temos matérias que ressaltam a importância de sermos boas pessoas, não somente bons profissionais. Tem Projeto de Vida, protagonismo, empreendedorismo, que são matérias em que aprendemos na prática e na teoria a sermos pessoas melhores”, afirma.

PEDAGOGIA DA PRESENÇA – O Colégio Estadual Conselheiro Carrão, em Curitiba, adotou o modelo integral em 2021 e já apresenta bons resultados. “O ponto mais importante, para mim, é a pedagogia da presença. Como estamos o dia todo na escola, em contato com os alunos, percebo que há um reforço do vínculo entre nós. Há uma construção de uma confiança cada dia mais sólida”, diz Silvia Karla Santana, professora de Geografia.

“A proposta não é de ensino integral apenas no que se refere ao tempo na escola, mas também à formação humana integral. O foco do modelo é o aluno e o seu projeto de vida. Dessa forma, todos os componentes curriculares contribuem para esse desenvolvimento integral para a concretização dos projetos dos alunos”, diz a professora. “Eles passam a entender de maneira mais clara qual é o papel da escola em suas vidas. Ela é, além do lugar para aprender as disciplinas tradicionais, o lugar onde eles aprendem a ser, a conviver, a fazer, a conhecer”.

SEMINÁRIO DE BOAS PRÁTICAS – Nos dias 25 e 26 de novembro, acontecerá o Seminário de Boas Práticas da Educação em Tempo Integral na UniBrasil, em Curitiba. Participarão do evento diretores, pedagogos e professores de escolas integrais de todo o Estado, compartilhando as boas práticas pedagógicas e de gestão desenvolvidas em seus colégios.

PARANÁ INTEGRAL – O programa Paraná Integral segue o modelo da Escola da Escolha, adotado em escolas de todo o Brasil. No Paraná, o projeto conta com parcerias com o ICE (Instituto de Corresponsabilidade pela Educação), Instituto Sonho Grande e Natura.

Fonte/Foto: AEN

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