Após dois anos de crise, o turismo decola e 2023 será o ano da recuperação do setor

A retomada do turismo deverá ser consolidada este ano com amplo crescimento. Depois de dois anos difíceis por conta da pandemia, o mercado promete recuperar o nível pré-Covid. Os dados são animadores para as empresas e para toda a economia, pois além de representar uma importante atividade, o setor tem grande capacidade de gerar empregos. […]

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Imagem Após dois anos de crise, o turismo decola e 2023 será o ano da recuperação do setor

A retomada do turismo deverá ser consolidada este ano com amplo crescimento. Depois de dois anos difíceis por conta da pandemia, o mercado promete recuperar o nível pré-Covid. Os dados são animadores para as empresas e para toda a economia, pois além de representar uma importante atividade, o setor tem grande capacidade de gerar empregos. A Fecomercio projeta para o ano de 2023 um faturamento de 53,6% maior em comparação com o ano passado, já incluindo a adesão de novos destinos que estão surgindo como opção para os consumidores. E os resultados do terceiro trimestre de 2022 já mostravam que a maioria das operadoras de turismo entrevistadas afirmava ter elevado em 100% (ou mais) o faturamento em relação a 2021.

“Os dados são animadores, o que tem feito com que não apenas os turistas convencionais, mas também os gestores de viagens corporativas já tenham, na prática, desafios em relação a reservas para datas específicas, o que tem impulsionado ainda mais a procura por suporte profissional ao planejar uma viagem”, afirma Luiz Moura, co-fundador e diretor de negócios da VOLL, agência de viagens. O segmento de viagens de negócios cresceu 90% entre janeiro e novembro de 2022 em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV). Os dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) também revelam que o faturamento recuperou o nível pré-pandemia: as viagens a trabalho movimentaram R$ 1,06 bilhão em novembro de 2022, ante R$ 967 milhões no mesmo mês de 2019. “Hoje, seis a cada dez assentos no avião são ocupados por quem está em uma viagem corporativa. Esses profissionais que viajam a trabalho e para eventos empresariais circulam por destinos diversos ao longo de todo o ano e têm um ticket médio maior, tanto no gasto com hospedagem quanto com alimentação”, diz Moura.

De acordo com a FecomercioSP, o desafio para 2023 é ampliar a oferta de produtos e serviços com preços diferentes para atender a uma base maior de clientes e, possivelmente, atender ao mercado internacional, que pode voltar a considerar o Brasil uma opção. “Integrar viagens aos orçamentos passa a ser uma característica das famílias brasileiras de classe C, ao passo que a busca por diversificação de mais destinos e segmentos se torna um atributo das classes A e B”, afirma o assessor técnico do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Guilherme Dietze.

No último ano, a reabertura total das fronteiras fez as viagens internacionais ganharem destaque nas vendas, o que não significa queda nos destinos nacionais. Pelo contrário, o turismo doméstico segue em expansão, sobretudo os destinos de praia. A secretária Regina Oliveira é um exemplo: em 2020 tinha uma viagem agendada para 2021 para a Bahia, mas não conseguiu ir por conta das restrições impostas pela Covid. “Compramos uma viagem para a Costa do Sauipe em 2020 para viajar em 2021, não conseguimos ir devido à pandemia e depois não tinham data disponível. No final de 2022, recebi um e-mail informando que a viagem foi remarcada para maio de 2023”, conta Regina, que pretende retomar as viagens anuais e, se possível, ampliar a frequência. “Depois do medo de morrer, da insegurança, do tempo que ficamos isolados, hoje penso diferente. Sempre gostei de viajar, mas fazia uma viagem anual. Agora, ainda em 2023, pretendo fazer essa para Sauipe, depois para Buenos Aires e outros lugares”, planeja.

NOVOS ARES Depois do recesso por conta da Covid, Karoline Rodrigues planeja viajar mais em 2023 (Crédito:Marco Ankosqui)

Recuperação

O Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) estima, para este primeiro trimestre, aumento superior a 20% na taxa de ocupação e na diária média. A partir de abril de 2023, o crescimento deve oscilar de 5% a 15%. “Em 2020, tinha programado uma viagem em março daquele ano e tive que adiar, agora em março de 2023 vou com meu marido para Morro de São Paulo, na Bahia e depois vou ainda esse ano para Curitiba com minha mãe”, diz a farmacêutica, Karoline Rodrigues de Souza.
A aviação tem se beneficiado. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontam o maior volume de passageiros em voos desde 2020. No mercado nacional, foram 82,2 milhões de passageiros no ano passado, aumento de 31,4% em relação a 2021, e de 81,8% em relação a 2020. Já nos voos internacionais, foram registrados 15,6 milhões de passageiros pagos, alta de 226% sobre 2021. “Em um ano com nove feriados em dias úteis, é preciso planejamento, pois isso representa mais pessoas querendo embarcar em avião e se hospedar em hotéis e pousadas a lazer”, afirma o diretor de negócios da agencia de turismo VOLL.

Confirmando a boa expectativa para o ano, a Organização Mundial de Turismo sinaliza que, globalmente, a movimentação turística deve atingir entre 80% e 95% dos níveis pré-pandemia e, de acordo com as projeções do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), o setor de viagens e turismo movimentará em 2023 perto de US$ 9,6 trilhões (o equivalente a cerca de R$ 50 trilhões, na cotação atual) na economia mundial.

Fonte: Isto é

Foto: Reprodução/ADI-PR

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