Exposição do Colégio Igléa debate informação e preconceitos sobre autismo
Fonte/Foto: Tribuna de Cianorte O mês de abril é dedicado à conscientização Mundial sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), tendo no dia 2 a principal data. Pelo segundo ano consecutivo e para promover a inclusão e conscientizar os alunos, o Colégio Estadual Igléa Grollmann, de Cianorte, promoveu uma exposição com pinturas, desenhos e esculturas […]
Fonte/Foto: Tribuna de Cianorte
O mês de abril é dedicado à conscientização Mundial sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), tendo no dia 2 a principal data. Pelo segundo ano consecutivo e para promover a inclusão e conscientizar os alunos, o Colégio Estadual Igléa Grollmann, de Cianorte, promoveu uma exposição com pinturas, desenhos e esculturas de artistas com e sem diagnóstico de TEA.
A exposição com o tema “Autismo: mais informação e menos preconceito”, contou com a visita dos alunos e profissionais no Núcleo Regional de Educação. Os talentos que estudam no Igléa são direcionados pela professora Ana Floripes. O colégio se dedica há 13 anos com a pauta e educação inclusiva. “Nessa segunda edição nós percebemos que os alunos trouxeram mais informações para debate. Juntos, eles fizeram uma pesquisa cientifica e assim, podemos mapear o que os estudantes sabem ou não sobre o tema e trabalhar em cima disso. Às vezes falamos muito da dificuldade, mas precisamos falar também da potencialidade”, comentou Floripes.
Os alunos Eduardo Kaique e Gabriel Costa, ambos do terceiro ano do ensino médio, foram responsáveis pela apresentação do resultado da pesquisa, elaborada por todo o ano de 2022. Segundo eles, os alunos estão mais abertos e entendem mais o assunto conforme se aproximam do ensino médio. O colégio conta hoje, com 18 alunos diagnosticados com autismo, e outros em processo de diagnóstico. Todo o trabalho de aprendizagem é adaptado para a preparação desses alunos para a vida adulta e inclusão na sociedade.
Além dos alunos com TEA, a exposição teve um espaço aberto para os alunos com altas habilidades mostrarem o seu trabalho. O destaque foi aluno do segundo ano do ensino médio, William Bitencourt, de 15 anos, que sozinho, construiu um modelo aerodinâmico.
“Quando pequeno eu gostava de dinossauros, o que me levou para biologia e depois para astronomia e aerodinâmica, quando a professora me deu o espaço eu logo quis fazer esse modelo. Fui construindo um pouco a cada dia e precisei da ajuda de um adulto apenas para soldar uma peça” contou.
William já estudou em outros colégios e conta que no Igléa conseguiu um espaço e um olhar mais atento para os seus talentos. “Estudei em alguns colégios particulares e lá eles queriam que eu tomasse remédio, quando cheguei aqui a história foi diferente”. Apesar do talento definido, William ainda não decidiu a profissão que quer seguir “Eu me dou bem com quase todas as disciplinas, só o português que não. Ainda não decidi que carreira seguir, mas acredito em astronomia como hobby e me dedicar ao aeroespacial, que nesse caso, eu precisaria ir para os EUA, Rússia ou Índia, onde existe um programa muito bom”, concluiu.
POLÍTICAS PÚBLICAS
O transtorno do Espectro Autista se refere a condições caracterizadas por alterações no desenvolvimento neurológico. Essas condições podem ocasionar comprometimento na comunicação, interação social e no comportamento “Cada caso é um caso. Nosso trabalho é garantir um ambiente seguro entre eles e os outros alunos no colégio”, explica Floripes.
Além do ambiente escolar, esses jovens precisam de acompanhamento e saúde pública adequada. No decorrer do mês, uma campanha informativa, pelos canais oficiais da Prefeitura, abordará diversas questões sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Nós trabalhamos e cobramos muito com o poder público. Esse ano a campanha está maior com apresentações, passeatas, cinema adaptado, cada vez mais pessoas debatendo e aprendendo sobre o tema”, concluiu a professora.
Os serviços municipais ou com convênios com a Administração Municipal para atendimento das crianças e adolescentes com TEA são: CAPS, APAE e clínicas credenciadas (CIMIP e UNITERAPIAS). Atualmente, aproximadamente 80 pessoas com TEA são atendidas/acompanhadas pela rede de saúde municipal.