Vacinados com Coronavac mantiveram anticorpos um ano após segunda dose

Por Mônica Bergamo – Folhapress – Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF Um novo estudo realizado na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, aponta que mais de 95% das pessoas vacinadas com a Coronavac apresentaram anticorpos contra a Covid um ano após receberem a segunda dose do imunizante. A pesquisa mostra também que a aplicação da Coronavac […]

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Imagem Vacinados com Coronavac mantiveram anticorpos um ano após segunda dose

Por Mônica Bergamo – Folhapress – Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF

Um novo estudo realizado na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, aponta que mais de 95% das pessoas vacinadas com a Coronavac apresentaram anticorpos contra a Covid um ano após receberem a segunda dose do imunizante. A pesquisa mostra também que a aplicação da Coronavac como reforço reativou e aumentou a proteção desse público no período analisado.

Os pesquisadores acompanharam durante um ano 3.902 voluntários, sendo 42,4% pessoas acima dos 60 anos. O trabalho começou quatro meses após a aplicação da segunda dose, ainda em 2021, e foi finalizado já em 2022.

O levantamento faz parte do projeto S, idealizado pelo Instituto Butantan e realizado em Serrana como forma de avaliar os efeitos da imunização em massa da população. Na cidade, a grande maioria das pessoas recebeu Coronavac no esquema vacinal inicial e como dose de reforço.

“A novidade desse trabalho é que ele mostra que a Coronavac sustentou a resposta imune contra a Covid por ao menos um ano após a segunda dose”, diz Gustavo Volpe, diretor de Atenção à Saúde do Hospital Estadual de Serrana, parceiro do Butantan na condução da pesquisa. Ele é o autor de artigo sobre o trabalho que foi publicado em abril na revista IJID Regions, da Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas.

Para a realização do estudo, foram coletadas amostras de sangue dos voluntários em intervalos de tês meses.

Os resultados dos exames realizados de quatro a seis meses após a segunda dose mostraram uma leve queda na proteção –situação que foi verificada também com outras vacinas.

Já as análises do sétimo mês, voltaram a ter uma taxa maior de soroconversão, como é chamada a produção de anticorpos após a vacinação. Nesta fase, os idosos apresentaram maior produção de anticorpos do que os adultos. Isso ocorreu, segundo avaliam os pesquisadores, porque o grupo de pessoas com mais de 60 anos já estava apta a tomar a dose de reforço na cidade.

A eficácia da Coronavac como dose adicional vacinal chegou a ser colocada em xeque na época em que foi determinada a necessidade do reforço. Para Gustavo Volpe, os dados laboratoriais do estudo sinalizam que o imunizante conseguiu, sim, gerar uma reativação e um aumento da resposta imune entre as pessoas vacinadas.

Volpe ressalta que o trabalho foi acompanhado de uma avaliação geral sobre a situação da cidade, que na época apresentou taxa de infecção e de casos graves de Covid semelhantes aos de outros pontos do Brasil, que usavam outros imunizantes.

As coletas do décimo e do último mês, quando toda a população do estudo já poderia tomar as três doses, mostraram que a resposta imune se manteve elevada em ambos os grupos etários, com valores de soroconversão superiores a 90% entre os participantes. Além disso, a concentração de anticorpos com a dose adicional subiu de duas a cinco vezes, segundo a análise dos pesquisadores, os resultados deste trabalho de sorologia divulgado agora se complementam à análise de efetividade feita em 2021 na cidade. “É importante relembrar que Serrana foi utilizada como uma prova de conceito. Nós vacinamos a maior parte da população adulta da cidade e demonstramos que houve redução no número de casos sintomáticos, de internações e de mortes. Mostramos a efetividade da vacina no mundo real”, afirma o diretor do Hospital Estadual de Serrana, Marcos Borges.

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