Namorado jogou líquido fervente e agrediu influencer na cabeça com panela de pressão, afirma MP
Rafael Machado e Thaís Ludescher, g1 PR e RPC Noroeste – Foto: Reprodução O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou por feminicídio o jovem suspeito de matar namorada dele, a influencer digital Laine Mendonça, de 44 anos, em Japurá, noroeste do estado. O crime aconteceu em 9 de maio. Segundo a Polícia Civil, Pedro Henrique Santos […]
Rafael Machado e Thaís Ludescher, g1 PR e RPC Noroeste – Foto: Reprodução
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou por feminicídio o jovem suspeito de matar namorada dele, a influencer digital Laine Mendonça, de 44 anos, em Japurá, noroeste do estado. O crime aconteceu em 9 de maio. Segundo a Polícia Civil, Pedro Henrique Santos Silva, 21, agrediu e queimou o corpo da vítima.
O rapaz foi preso pela polícia no mesmo dia. Ele continua detido. O g1 tenta contato com a defesa dele.
A denúncia, apresentada à Justiça nesta segunda-feira (29), revela novos detalhes do crime. De acordo com o MP, Pedro usou uma panela de pressão para desferir golpes na cabeça da influencer, apertou o pescoço e jogou líquido fervente nela, o que causou queimaduras de segundo grau em várias partes do corpo.
O Ministério Público aponta que Pedro e Laine se desentenderam na madrugada de 9 de maio na casa onde moravam. Após cometer o crime, ele foi até a casa do pai, que acabou socorrendo a influencer.
Na denúncia, o MP diz que o sogro de Laine precisou arrombar uma das portas para resgatar ela, que estava trancada. A influencer foi levada para um hospital de Cianorte, onde morreu três dias depois.
‘Crueldade e premeditação’
No inquérito policial obtido pelo g1 e a RPC, o delegado Wagner Soares Quintão dos Santos, que investigou o caso, diz que o suspeito confessou as agressões físicas, mas negou ter queimado o corpo da influencer.
O delegado indica no relatório que não se convenceu do argumento apresentado por Pedro em depoimento.
“Há que se refutar a alegação do autor (suspeito) quanto à autoria das queimaduras, pois a ação de esquentar a água demonstra crueldade e premeditação, incompatível com autolesão. De outro lado, é de se concluir que tais queimaduras foram causadas pelo autor, que teria, inclusive, as praticado quando já lesionada a vítima na cabeça, a demonstrar a clara intenção de causar lhe danos de intensidade que fosse capaz de levá-la a óbito, como de fato ocorreu”.
Relacionamento conturbado
O delegado escreveu no inquérito que testemunhas disseram que “as violências sofridas por Laine e causadas por Pedro Henrique eram variadas e frequentes, mesmo sendo ela orientada a sair desse relacionamento abusivo e orientada a registrar tais violências, o que não fora feito pela vítima”.