Crise na Produção de leite preocupa produtores da Amenorte
Fonte: Tribuna de Cianorte – Foto:Jaelson Lucas A Associação dos Municípios do Médio Noroeste do Estado do Paraná (Amenorte) está mobilizando esforços e buscando apoio das autoridades dos poderes executivo e legislativo para enfrentar a atual crise que assola a indústria de produção de leite no Brasil. A situação, que já preocupa produtores em níveis locais, […]
Fonte: Tribuna de Cianorte – Foto:Jaelson Lucas
A Associação dos Municípios do Médio Noroeste do Estado do Paraná (Amenorte) está mobilizando esforços e buscando apoio das autoridades dos poderes executivo e legislativo para enfrentar a atual crise que assola a indústria de produção de leite no Brasil. A situação, que já preocupa produtores em níveis locais, estaduais e nacionais, é resultado direto do acordo comercial firmado entre os países do Mercosul, que tem gerado um impacto significativo sobre os agricultores brasileiros.
A crise na atividade leiteira se agravou nos últimos anos, e as medidas urgentes são necessárias para diminuir seus efeitos. Produtores na região, bem como em todo o país, têm enfrentado dificuldades crescentes devido ao aumento das importações de leite, particularmente do Uruguai e da Argentina, que fornecem principalmente leite em pó ao Brasil. Entre janeiro e agosto de 2023, as importações aumentaram em mais de 150%. Até agosto deste ano, 161 mil toneladas foram importadas, enquanto que no mesmo período de 2022 foram 62 mil toneladas, o que resultou na redução drástica dos preços no mercado interno, tornando a atividade leiteira inviável para muitos.
A falta de competitividade frente aos preços dos produtos importados está minando sua subsistência e ameaçando a viabilidade de suas operações. Muitos agricultores familiares, que são fundamentais para a economia local, estão à beira de abandonar a atividade que têm desempenhado por gerações.
A propriedade do morador de Cianorte, Marcos Rodrigues Cabeleira produz, em média, 500 litros de leite por dia. A crise afeta diretamente o trabalho e causa prejuízos. “O preço do leite baixou demais em uma época que era para subir. Normalmente no inverno o valor sobe, porque o custo de produção é maior. Você tem que aumentar a ração do gado pra suprir a falta de pasto e se torna inviável, por não cobrir o custo com o preço que nós estamos recebendo”, explicou.
Para continuar com a produção, Cabeleira precisou fazer cortes no orçamento. “Procurei uma ração mais em conta e diminui a quantidade, além de dispensar um funcionário. Agora trabalho sozinho, ia comprar um trator usado, mas já desisti e estou cortando despesa onde dá”, contou.
Diante deste cenário, a Amenorte e organizações associadas, como os Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras rurais do Paraná, têm tomado medidas proativas. Eles buscam criar condições que permitam a permanência dos agricultores na atividade.
Entre as reivindicações e propostas apresentadas destacam-se: prorrogação de contratos de crédito;
criação de linha de custeio emergencial; estabelecimento de parâmetros técnicos; aumento das contas governamentais e a criação do Pronaf Mais Leite, uma iniciativa específica para apoiar os produtores de leite.