Paraná tem mais de 36 mil pessoas encarceradas; saiba os crimes que mais levam à prisão no Estado
Fonte: Franklin Freitas/Bem Paraná – Foto: Polícia Penal do Paraná O Paraná apresenta, em número absoluto, a quinta maior população carcerária de todo o país, com 36.253 detentos no sistema carcerário e em outras carceragens. É o que revelam dados do Sistema Nacional de Informações Penais (Sisdepen), o qual aponta que no segundo semestre do ano […]
Fonte: Franklin Freitas/Bem Paraná – Foto: Polícia Penal do Paraná
O Paraná apresenta, em número absoluto, a quinta maior população carcerária de todo o país, com 36.253 detentos no sistema carcerário e em outras carceragens. É o que revelam dados do Sistema Nacional de Informações Penais (Sisdepen), o qual aponta que no segundo semestre do ano passado havia, em todo o país, um total de 644.833 detentos.
Entre todas as unidades da federação, apenas São Paulo (197.909 pessoas presas), Minas Gerais (64.566), Rio de Janeiro (45.938) e Rio Grande do Sul (36.835) possuíam, em número absoluto, um contingente maior de encarcerados do que o Paraná.
E manter tanta gente presa custa caro: só no ano passado, o montante despendido no estado para a manutenção do sistema carcerário ficou perto de R$ 2 bilhões (R$ 1.998.075.760,35). No país, o valor já fica perto de R$ 20 bilhões (R$ 19.763.540.788,58).
Os homens, como esperado, são maioria entre os encarcerados no Estado: 34.462 (95% do total), ante 1.809 mulheres (5%). Além disso, também é importante notar que a população jovem representa a maioria dos detidos: são 5.020 pessoas com idade entre 20 e 24 anos; 7.500 com 25 a 29 anos; 6.643 com 30 a 34 anos; e 8.492 com 35 a 45 anos. Ou seja, 27.655 presos com 45 anos ou menos de idade, o equivalente a 76,3% da população carcerária do estado.
Embora o Sisdepen não disponibilize informações sobre a cor/raça da população carcerária, o Mapa da Transparência na Gestão Carcerária (mantido pela Polícia Penal do Paraná) traz dados sobre o assunto, indicando que 54,8% dos presos no Paraná são brancos; 44%, pretos e pardos; 0,9%, amarela; e 0,3%, de outras etnias/cor de pele. Uma informação relevante, especialmente considerando, com base no Censo 2022, que os brancos representam 64,57% da população paranaense e os pretos e pardos, 34,3%.
Os crimes que mais levam à cadeia
Focando, uma vez mais, na população que está efetivamente encarcerada, é possível avaliar através do Sisdepen quais os crimes que mais levam à prisão no Paraná. E o tráfico de drogas (art. 12 da Lei 6.368/76 e art. 33 da Lei 11.343/06) aparece com destaque, sendo responsável pelo aprisionamento de 7.308 paranaenses.
Na sequência aparecem os crimes de roubo simples (art. 157 do Código Penal), com 4.330 detidos; o furto simples (art. 155 do CP), com 3.641; o roubo qualificado (art. 157, § 2º do CP), com 2.887; e o furto qualificado (art. 155, § 4 e 5 do CP), com 2.314.
Só depois aparecem crimes contra a vida, como o homicídio simples (art. 121, caput do CP), com 2.259 presos; e o homicídio qualificado (art. 121, § 2º do CP), com 1.533.
Finalizando o “top 10” de principais causas de encarceramento, há ainda o estupro de vulnerável (previsto no art. 217-A do CP), com 1.217 presos; a associação para o tráfico (art. 14 da Lei 6.368/76 e art. 35 da Lei 11.343/06), com 1.211; e o crime de receptação (art. 180 do CP), com 1.177.
Quase 95 mil pessoas em cumprimento de pena domiciliar
Além do contingente de encarcerados, a população em cumprimento de pena no Paraná se torna ainda mais expressiva se somarmos a população em prisão domiciliar com aqueles que estão no sistema penitenciário e em outras carceragens .
Segundo o Sisdepen, no segundo semestre do ano passado havia no estado 58.647 apenados em prisão domiciliar. Desses, 43.773 estavam sem monitoramento eletrônico e 14.874, com monitoramento eletrônico. Ou seja, a população em cumprimento de pena, considerando os mais diversos regimes de prisão, chega a 94.900 no Paraná. Neste caso, entretanto, não é possível estabelecer comparativo com outras localidades, pois nem todas as unidades da federação fornecem informações sobre o número de pessoas em cumprimento de pena que estão em prisão domiciliar.
PF apreende 12 toneladas de drogas em 72 horas no Paraná, a maior parte na zona do tráfico
Em cerca de 72 horas, entre a segunda e a quarta-feira, a Polícia Federal (PF) no Paraná obteve significativos resultados em suas operações de combate ao tráfico de drogas, foram quase 12 mil quilos de drogas apreendidas em diversas ações.
A maior parte das apreensões acontecem em áreas com forte atuação do tráfico de drogas, especialmente as fronteiras com o Paraguai e Mato Grosso do Sul (de onde vêm drogas do Paraguai e Bolívia).
A Delegacia da PF em Guaíra apreendeu no período 4.765 kg de maconha, 88 kg de crack, 21 kg de cocaína em três operações.
Em Cascavel foram 194 kg de maconha, 166 kg de cocaína.
Em Foz do Iguaçu: 5.600 kg de maconha. Os três municípios ficam no Oeste e Noroeste do Estado.
Além destas apreensões, outra aconteceram em Londrina: 900 kg de maconha
“Essas apreensões representam um golpe significativo contra o tráfico de drogas na região e refletem o compromisso contínuo da Polícia Federal em combater o crime organizado. As operações, realizadas com precisão e eficácia, contribuíram para a retirada de grandes quantidades de entorpecentes das ruas, promovendo maior segurança para a população paranaense”, diz nota da PF.
No começo desta semana em três operações distintas, policiais militares do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) da Polícia Militar do Paranpa e agentes do Núcleo Especial de Polícia Marítima da Polícia Federal (Nepom/PF) apreenderam quatro toneladas e meia de maconha e veículos na segunda-feira. As ações aconteceram em duas regiões do Estado com equipes distintas — uma em Guaíra e outra em Altônia.
Dia Nacional do Detento
O 24 de maio (esta sexta-feira) é marcado por ser o Dia Nacional do Detento, uma data que, na realidade, é um convite para a sociedade refletir sobre as causas e critérios que levam ao encarceramento em massa, bem como sobre a situação e condições da população carcerária brasileira, tanto durante o cumprimento de penas como após o fim destas.