21 paraguaios são resgatados em condição análoga à escravidão em uma plantação de mandioca em Umuarama
G1 PR e RPC Noroeste – Foto: BPFRON/ divulgação 21 trabalhadores paraguaios foram resgatados em condições análogas à escravidão, em um alojamento em uma plantação de mandioca na área rual de Umuarama, no noroeste do Paraná, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT). O resgate foi realizado na segunda-feira (22) no distrito de Santa Eliza com […]
G1 PR e RPC Noroeste – Foto: BPFRON/ divulgação
21 trabalhadores paraguaios foram resgatados em condições análogas à escravidão, em um alojamento em uma plantação de mandioca na área rual de Umuarama, no noroeste do Paraná, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT).
O resgate foi realizado na segunda-feira (22) no distrito de Santa Eliza com apoio do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFRON). 12 pessoas foram resgatadas e, horas depois, outros nove trabalhadores foram identificados nas mesmas condições.
De acordo o procurador do MPT, André Mellati, o local onde os trabalhadores moravam, além de não ter nenhum tipo de segurança e higiene, eles não recebiam corretamente.
“Eles receberam promessas no Paraguai de vir para o Brasil receber um valor ‘x’, mas eles começam a trabalhar e receberam 30, 40% do que foi combinado. Mesmo esse valor pequeno era descontado valor do aluguel, energia elétrica, água”, disse.
Situação precária
De acordo com o órgão, os trabalhadores não tinham infraestrutura adequada para morar. No alojamento improvisado, não haviam banheiros, refeitórios e camas, além do pagamento feito de forma irregular.
Segundo o promotor, os trabalhadores não tinham equipamentos adequados para realizar os serviços.
Os trabalhadores foram acolhidos pelo Acolhimento Instituciona (Apromo) de Umuarama e serão encaminhados para o país natal.
Indenização
Os 21 trabalhadores devem receber inicialmente R$ 4 mil em indenização mais o valor da passagem para retornarem ao Paraguai, segundo o promotor.
Até a publicação desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar a empresa responsável pela contratação.
Outras situações
20 trabalhadores mantidos sem registro de contrato e em condições precárias de atuação em obras de um loteamento em Terra Rica, no noroeste do Paraná, foram resgatados no final de abril deste ano.
Conforme o MPT, a maior parte dos funcionários eram do Maranhão.
Em março deste ano, 14 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão, em uma pedreira em Mauá da Serra, no norte do Paraná.
De acordo com o auditor fiscal do MTE, Edvaldo Santos da Rocha, eles utilizavam bombas caseiras para detonar as rochas, sem qualquer espécie de equipamento de proteção.