Cianorte 64 anos: uma terra de oportunidades
Fundada em 26 de julho de 1953, pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Cianorte foi colonizada graças à bravura daqueles que, motivados pelas notícias de que a região era um verdadeiro eldorado de solo fértil, migraram de outros estados do país e de cidades do Paraná, em busca de prosperidade e de um futuro melhor. […]
Fundada em 26 de julho de 1953, pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Cianorte foi colonizada graças à bravura daqueles que, motivados pelas notícias de que a região era um verdadeiro eldorado de solo fértil, migraram de outros estados do país e de cidades do Paraná, em busca de prosperidade e de um futuro melhor. E foi assim, atraída pela terra, em especial pela cultura cafeeira em ascensão, que a família Catapan mudou-se para Cianorte, vinda de Arapongas, no ano de 1962, e iniciou uma trajetória que, como a dos demais pioneiros, se confunde com a história da cidade.
Isto porque, a dedicação ao café, que sustentou a economia do município até os anos de 1970, sofreu uma reviravolta. “Entre 1969 e 1975, as fortes geadas acabaram com a lavoura. Foi uma verdadeira catástrofe. Todos os produtores tiveram que começar do zero a brota”, conta Alcides, um dos filhos dos Catapan. Com isso, a cidade teve que se reinventar e, mais uma vez, o espírito desbravador de sua gente entrou em ação.
Na busca de alternativas, a agricultura encontrou o caminho da diversificação. No caso da família Catapan, a aposta foi na produção de hortaliças e legumes. “Não desistimos do café, mas passamos a não depender somente dele. Começamos a plantar as variedades do frio e do calor nas épocas propícias. Buscamos a união, o conhecimento e o apoio do poder público”, lembra Alcides. O produtor rural também destaca que a crise deu início ao fortalecimento da industrialização no município. “Quem desistiu do café foi para a cidade e investiu em maquinário e nas fábricas”, diz.
Fato é que, com a descoberta de novas vocações, o município tornou-se um polo de atração de empreendimentos, transformando-se não só na Capital do Vestuário, mas também em referência de prosperidade em diversos nichos. Atualmente, o parque industrial de Cianorte, que começou com uma fábrica de refrigerantes ainda na década de 1950, inclui empresas dos mais variados ramos, como metalúrgicas; recicladoras; fábricas de barbantes, de panelas, de embalagens plásticas, móveis e baterias automotivas.
Há, ainda, um destaque especial para o setor alimentício, com a produção de enlatados, doces, bebidas e frios; e uma forte atuação dos setores avícola, frigorífico, farinheiro e de laticínios, com produtos que vêm, gradativamente, conquistando o mercado brasileiro. Internamente, todos os dias, o município oferece à população o acesso a produtos frescos, vindos direto do campo. Alcides, por exemplo, que seguiu os caminhos do pai, Antônio, e mantém uma produção variada na propriedade localizada na Estada Taboão, é um dos fundadores da tradicional Feira do Produtor, criada por volta dos anos 1980, e comercializa de tudo um pouco, de acordo com a época.
A produção é inteiramente familiar. Alcides é casado com Aparecida Rodrigues Catapan e, juntamente com a filha mais velha, Sandra, o genro e os netos, tocam a propriedade e a barraca na feira. “Cianorte é muito abençoada. Dizem que tudo o que aqui se planta, cresce. E isso é verdade”, afirma o produtor rural. Os outros dois filhos do casal, Sérgio e Simone, seguiram outros caminhos. “Cresceram aqui no sítio, estudaram e, atualmente, cada um tem sua profissão na cidade. Isso porque, Cianorte seguiu firme no desenvolvimento e é uma terra de oportunidades. Antigamente, por exemplo, não tinha faculdade aqui. Fiz só o segundo grau. Já meus filhos tiveram essa possibilidade”, aponta.
Nesse sentido, a educação profissional também é um diferencial da cidade, que oferece cursos gratuitos e privados nas modalidades técnico, profissionalizante, graduação e pós-graduação. Reforçando sua posição de polo regional, Cianorte abriga um campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM), um da Universidade Paranaense (Unipar), um da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e um Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP). Além disso, o município detém um comércio notável, com uma ampla variedade de produtos e serviços; e uma vasta área verde de preservação ambiental, rica em biodiversidade.
O reflexo disso tudo é um índice de desemprego baixo, arrecadações expressivas e, por consequência, uma qualidade de vida elevada para os seus 78 mil habitantes, bem como uma infraestrutura ímpar para a recepção de visitantes. Não raramente, o município é destaque nos âmbitos estadual e nacional, colecionando títulos de reconhecimento, como a 3ª melhor cidade do Paraná para se viver; a 20ª em arrecadação de ICMS; a 9ª mais desenvolvida do Sul do país; a 38ª melhor do Brasil para envelhecer; entre outros.
Além disso, Cianorte é a maior produtora de frangos vivos do Estado; possui a 2ª maior reserva florestal urbana do país; está classificada entre as 100 cidades mais inteligentes do Brasil; e promove a maior feira nacional de moda atacadista a pronta entrega, a Expovest. Para Alcides, é justamente essa versatilidade que faz do município um lugar tão promissor, que trilha o desenvolvimento. “Cianorte é um lugar muito bom. O povo é amigo e acolhedor. Não troco essa cidade por nenhuma outra e espero passar a minha vida aqui, especialmente na propriedade da família”, conclui.
Para o prefeito Bongiorno, a cidade completa 64 anos com inúmeros motivos para comemorar e planos para o futuro. “Projeções indicam que, até 2040, o município ultrapassará 100 mil habitantes, sendo uma das cidades com crescimento mais significativo do Paraná. Acredito que isso se deve à vocação nata para o empreendedorismo aliada ao desenvolvimento urbano sustentável e à valorização do campo, uma receita que tem nos permitido enfrentar os desafios com êxito e seguir no caminho de uma cidade em melhoria contínua. Parabéns a todos os cianortenses”, disse.