Em maior ou menor quantidade, todos os 399 municípios do Paraná produzem leite

Com produção presente, em maior ou menor escala, nos 399 municípios paranaenses, o leite é hoje um dos principais produtos do agronegócio no Paraná. Segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal, do IBGE, desde 2015 o estado é a segunda unidade da federação que mais produz leite no país, com produção próxima dos 4,4 bilhões […]

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Imagem Em maior ou menor quantidade, todos os 399 municípios do Paraná produzem leite

Com produção presente, em maior ou menor escala, nos 399 municípios paranaenses, o leite é hoje um dos principais produtos do agronegócio no Paraná. Segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal, do IBGE, desde 2015 o estado é a segunda unidade da federação que mais produz leite no país, com produção próxima dos 4,4 bilhões de litros por ano. Apenas Minas Gerais produz mais, com quase 9 bilhões de litros, enquanto o Rio Grande do Sul, antigo 2º colocado, aparece logo atrás, com 4,2 bilhões de litros/ano, dados de 2018.

Mas afinal, de que forma isso impacta para você, consumidor? De acordo com Fábio Peixoto Mezzadri, veterinário e técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) na área de pecuária de corte e leite, as principais vantagens estão na oferta e na qualidade do produto.

“O leite tem tido boa oferta e temos um leite de qualidade superior. Em várias regiões precisa melhorar, mas na média do Brasil, o leite do Paraná sai na frente. Tem a questão de célular somáticas no leite, na própria constituição a qualidade é superior, comparando com outros estados. Então nosso consumidor leva um produto com mais sanidade, mais qualidade, tanto em termos sanitários como nutricionais”, explica o especialista.

Nas últimas décadas, inclusive, a produção leiteira tem decolado no estado. Desde 1974, quando o IBGE passou a fazer a Pesquisa da Pecuária Municipal, o avanço foi de 769,33%. No milênio, comparando 2001 com 2018 (último ano com dados disponíveis), a variação foi de 131,55%, com a produção saltando de 1,89 bilhões de litros para 4,38 bilhões.

Para que tamanho avanço possível, foram necessários investimentos estatal e privado. Uma das principais iniciativas foi a criação de programas de incentivo para regiões que não tinham tradição leiteira, como o Sudoeste e o Noroeste do Estado.

“O Sudoeste paranaense, nos últimos 10 anos, aumentou em mais de 100% a produção, foi a região que mais creceu. Tivemos programas da Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), como o Leite do Sudoeste, que levou assistência técnica, linhas de financiamento. Tem também o Programa Leite das Crianças, que gera uma demanda diária e exige que a compra tem de ser de laticínio paranaense. E isso tudo auxiliou na produção”, explica Mezzadri.

A Capital Nacional do Leite fica no Paraná. E o título da cidade é oficial

Desde o dia 27 de dezembro de 2017, quando foi publicada a Lei Federal nº 13.584 no Diário Oficial da União, um município do Paraná é considerado, oficialmente, a Capital Nacional do Leite. Trata-se de Castro, localizado na região dos Campos Gerais, que teve reconhecido o trabalho desenvolvido pelos produtores locais, que apresentam os mais elevados indíces de produtividade do país – ao ponto de Minas Gerais, principal produtor brasileiro, buscar os animais de Castro para usar em suas produções.

Na região, a atividade começou a ser fomentada há cerca de 60 anos, quando imigrantes holandeses chegaram trazendo vacas, o que acabou por fomentar a atividade leiteira. Na década de 1950, com a criação da Cooperativa Central de Laticínios do Paraná e o lançamento dos produtos Batavo no mercado, a cidade se firmou definitivamente como uma referência.

Atualmente, todos os anos a cidade recebe o Agroleite, evento que reúne criadores da região e também de outros estados, com exposições e julgamento de pista de animais das raças Holandesa, Jersey e Girolando.

Vacas do Paraná chegam a produzir quatro vezes mais que a média nacional

Além da expansão territorial, com mais produtores, o Paraná também tem feito avançar a produtividade de seus animais. Prova disso é que, de acordo com o Anuário do Leite, divulgado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em 2018 o Paraná apresentou a melhor produtividade por vaca, com média de 34,4 litros por vaca a cada dia.

Castro, inclusive, é o principal destaque no assunto, conforme dados do IBGE, com produtividade média de 7.478 litros de leite por vaca/ano, muito acima da produtividade média brasileira, de 1.709 litros.

“Castro é uma região com excelência genética. Minas Gerais, que é o maior produtor do país, vem buscar animais aqui na região de Castro”, conta Fábio Mezzadri, do Deral. “Os animais na região de Castro apresentam produção igual dos rebanhos de país de primeiro mundo. Eles têm nutrição ideal, em pastagem, mas também alimentação estocada, como feno, milho. A maior parte dos animais são criados na forma confinada, em galpões. Então tem um acompanhamento no manejo diário, o que se traduz no momento da produtividade”, explica.

Produção registrou quedas consecutivas entre 2017 e 2018

Apesar dos resulotados positivos em anos recentes, em 2017 e 2018 a produção de leite caiu no Paraná. Em 2016, haviam sido 4,73 bilhões de litros, recorde da série histórica iniciada em 1974. No ano seguinte, já foram 4,43 bilhões de litros e, em 2018, 4,38 bilhões.

De acordo com Fábio Mezzadri, essa variação negativa se deve a questões sazonais e econômicas. “Onerou muito o custo da produção. Preço do milho subiu muito, encareceu a ração. E hoje o custo da ração é uns 40% da atividade. Muito produtor diminuindo ou até saindo da atividade, diminuindo a complementação do animal, e aí cai a produção”, explica o especialista, que também aponta que não deve demorar para o estado retomar o crescimento – embora alcançar Minas Gerais, orincipal produtor brasileiro, ainda seja uma tarefa quase impossível. “Mas já estamos retomando e notamos que voltamos a ter alguma alta”, relata Mezzadri.

(FONTE: BEM PARANÁ)

(Foto: Franklin de Freitas)
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