MP denuncia organização que lucrou, em 6 meses, R$ 800 mil com tráfico de drogas
O Ministério Público ofereceu denúncia por crimes de organização criminosa armada e tráfico de drogas contra nove pessoas, incluindo um investigador de polícia de Cidade Gaúcha. O policial civil também é acusado de corrupção passiva majorada. Iniciadas há cerca de oito meses, em conjunto com o núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate […]
O Ministério Público ofereceu denúncia por crimes de organização criminosa armada e tráfico de drogas contra nove pessoas, incluindo um investigador de polícia de Cidade Gaúcha. O policial civil também é acusado de corrupção passiva majorada.
Iniciadas há cerca de oito meses, em conjunto com o núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as investigações revelaram que os integrantes da organização criminosa levavam à cidade, utilizando barcos, grandes quantidades de drogas trazidas do Mato Grosso do Sul e de outras regiões do Paraná.
Em seguida, as drogas eram escondidas em compartimentos secretos de caminhões e transportadas para São Paulo e Rio de Janeiro.
Em 11 de abril, um caminhão com carregamento de drogas da organização foi abordado pela Polícia Rodoviária em Rolândia. Foram encontrados, em compartimento secreto, 535 tabletes de maconha com cerca de 457 quilos.
De acordo com as apurações do Ministério Público, o investigador fazia parte da organização criminosa e tinha papel fundamental no esquema de transporte de drogas, pois dava proteção e amparo às ações dos demais integrantes do grupo, mantendo estreito vínculo com o chefe do grupo.
Contabilidade
Com a deflagração da operação Carricare, em 12 de abril, para combater os crimes da organização, foram apreendidas anotações referentes à contabilidade.
Os documentos revelaram que o grupo comercializava toneladas de drogas e movimentava grande quantidade de dinheiro, registrando os custos das operações ilícitas (inclusive com o pagamento de propina a agentes públicos) e os lucros obtidos com o tráfico. Segundo as anotações, em um período aproximado de seis meses, o grupo teve rendimento líquido superior a R$ 800 mil.
Nos cadernos apreendidos, também estava anotado o apelido do investigador de polícia e a menção a pagamentos de “pedágios”, termo usado como referência às propinas pagas a servidores púbicos.
Conforme as investigações do MPPR e o teor dos documentos apreendidos, há indícios de que o investigador recebeu, em diferentes ocasiões, quantias de R$ 5 mil de propina.
Após receber a denúncia, o Juízo Criminal de Cidade Gaúcha decretou a prisão preventiva de oito dos nove denunciados. Uma mulher, que também fazia parte do grupo, foi submetida a medidas cautelares diversas da prisão, por ter filhos menores de 12 anos.
Ela está proibida de se ausentar da comarca e obrigada a permanecer em casa no período noturno e nos dias de folga, além de usar tornozeleira eletrônica. A Justiça determinou ainda, atendendo pedido do MPPR, o sequestro e o bloqueio de bens de todos os acusados.
FONTE: OBEMDITO