No Paraná, cada pessoa infectada transmite o coronavírus para outras três
No Paraná, cada pessoa contaminada pelo novo coronavírus transmite o agente, em média, para outras até três pessoas. É o que revela uma estimativa feita pelo grupo Covid-19 Analytics, formado por professores da PUC-Rio, e que revela um rápido avanço da doença no Paraná, com a taxa de contágio do vírus tendo saltado nas últimas […]
No Paraná, cada pessoa contaminada pelo novo coronavírus transmite o agente, em média, para outras até três pessoas. É o que revela uma estimativa feita pelo grupo Covid-19 Analytics, formado por professores da PUC-Rio, e que revela um rápido avanço da doença no Paraná, com a taxa de contágio do vírus tendo saltado nas últimas semanas — em 11 de maio, por exemplo, o número era de 1,42 novas contaminações para cada infectado.
Para conseguir estabilizar a pandemia, a estimativa é que seja necessário uma taxa de transmissão do vírus de 1,0 ou menor — ou seja, que cada infectado transmita a doença para mais uma pessoa, no máximo. Desde o dia 15 de maio, entretanto, a taxa de reprodução do vírus no Paraná está acima de 2,0.
Esse cenário, então, pode se traduzir num avanço rápido no número de casos e de óbitos causados pela Covid-19. Até ontem haviam sido confirmados 3.984 casos da doença no estado, e a estimativa dos pesquisadores da PUC-Rio é que até 10 de junho esse número chegue a 6.783 – um avanço de 82,7%. Já com relação aos óbitos, o Paraná tinha registrado 169 mortes até ontem e até o dia 10 do próximo mês a previsão é que se alcance a marca de 225 óbitos — crescimento de 38,9% no total de óbitos em duas semanas, portanto.
Em entrevista ao jornal O Globo, o pesquisador Gabriel Vasconcelos, da Universidade da Califórnia e membro do Covid-19 Analytics, explicou que em estados até aqui com baixa incidência da doença, com menos de 400 casos por milhão de habitantes (caso do PR, com 325), o alto índice de reprodução da doença não chega a ser tão preocupante e a tendência é de, quando chegar num patamar maior, o número começar a baixar. “O problema é se esse índice se mantiver alto por um longo período”, ressaltou ainda ele, citando o caso de Goiás, que tem menos de 3 mil casos registrados, mas índice de contágio de 6,8.
Além disso, o especialista ainda explicou que o índice adequado para se iniciar uma reabertura, ou seja, para se flexibilizar as medidas de isolamento e distanciamento social, é abaixo de 1,0. Quando se atinge esse patamar, explica, o número de infectados vai começar a diminuir. “Se a taxa for 0,5, quer dizer que a cada duas pessoas com Covid-19, só uma nova vai contrair a doença”.
O cálculo para chegar ao índice de reprodução inclui fatores como a taxa de crescimento e os números de pacientes recuperados e de casos ativos (que estão com a Covid-19 no momento). O ciclo de infecção da doença considerado foi de 20 dias.
Curitiba ultrapassa mil ocorrências e número de mortes vai a 42
A Secretaria Municipal da Saúde confirmou nesta quinta-feira (28) a morte de mais dois moradores de Curitiba com infecção pelo novo coronavírus. A cidade também ultrapassou a marca de mil casos confirmados da covid-19. As novas vítimas são dois homens, um de 86 anos, com histórico de neoplasia, imunodeficiência e doença cardiovascular, internado há seis dias, e o outro com 65 anos, com fatores de risco – com sobrepeso e ex-fumante, ele estava internado há 20 dias. Já são 42 mortes de moradores da cidade pela doença.
Nesta quinta, Curitiba chegou a 1.089 casos confirmados da Covid-19 e 809 pessoas recuperadas. O aumento significativo nesses dois parâmetros não veio de um dia para o outro. A Secretaria Municipal da Saúde passou a incluir nas estatísticas os resultados dos testes rápidos feitos em farmácias, como anunciado pela secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.
“As notificação estavam sendo enviadas há duas semanas para análise epidemiológica, por isso hoje tivemos esse volume tão grande nesses dois parâmetros”, explicou Marion Burger, médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba.
Estado volta a ter número recorde de novos casos confirmados no período de um dia
A Secretaria de Estado da Saúde confirmou mais 273 casos da Covid-19, nesta quinta-feira. São 73 a mais que a quantidade de quarta-feira, totalizando 3.984 casos. Foi o maior número de confirmações entre um boletim e outro. O maior número, até então, havia sido na própria quarta-feira quando foram 200 novos casos. Foram mais sete óbitos pela doença, chegando a 169 mortes.
O panorama da doença causada pelo novo coronavírus aponta que entre os quase quatro mil casos, 1.806 estão recuperados, ou seja, 45% das pessoas que tiveram o diagnóstico confirmados estão liberados do isolamento. 297 pacientes estão internados (7,5%), sendo 122 em UTI e 175 em leito clínico. E 169 pacientes foram a óbito, indicando 4,2% do total de confirmações.
Brasil
O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira que 26.417 novas pessoas foram incluídas na estatística de infectados pela Covid-19, totalizando 438.238 casos confirmados. O resultado marcou um acréscimo de 26.417 em relação a quarta, quando o número de pessoas nesta condição estava em 411.821.
A atualização do ministério registrou 1.156 novas mortes, chegando a 26.754. O resultado representou um aumento de 1.156 em relação a um dia antes, quando foram contabilizados 25.598 óbitos por covid-19.
Do total de casos confirmados, 177.604 foram recuperados. Há ainda 4.211óbitos sendo analisados. A letalidade (número de mortes pelo total de casos) ficou em 6,1%. Já a mortalidade foi de 12,7 por 100 mil habitantes.
Secretário da Saúde descarta retorno da educação infantil
Josianne Ritz
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado Paraná (Sinepe/PR) apresentou um plano de retomada de atividades escolares para alunos da educação infantil no dia 22 de junho e para anos iniciais do ensino fundamental no dia 29 de junho. O retorno, segundo o plano, seria para filhos de pais que trabalham em serviços essenciais.
O secretário de Estado de Saúde, Beto Preto, no entanto, adiantou, em entrevista ao telejornal Boa Noite Paraná, da RPC, que neste momento da pandemia, onde os casos de Covid-19 estão em crescimento, o retorno das aulas está descartado. “Não é o momento para pensar nisso”, afirmou ele. Tanto Preto quanto o governador Carlos Massa Ratinho Jr, têm afirmado que as aulas só devem retornar em agosto, tanto nas rede pública quanto na privada.
O Sinepe-PR iniciou uma pesquisa para ouvir o que os pais da rede de ensino privado pensam sobre o retorno das aulas presenciais e os impactos da crise da Covid-19 na vida escolar dos alunos. A previsão é concluir a pesquisa até o dia 12 de junho.
Fonte: Bem Paraná
(Foto: Franklin de Freitas)