Número de alunos da rede estadual fora da escola cai em 59% após retorno presencial
O segundo semestre letivo da rede estadual de educação do Paraná começou em 21 de julho e, com a retomada das aulas presenciais, alunos que haviam abandonado os estudos se sentiram motivados a voltar a frequentar a escola. Em 23 de junho foram registrados quase 54 mil estudantes que não estavam assistindo às aulas nem […]
O segundo semestre letivo da rede estadual de educação do Paraná começou em 21 de julho e, com a retomada das aulas presenciais, alunos que haviam abandonado os estudos se sentiram motivados a voltar a frequentar a escola. Em 23 de junho foram registrados quase 54 mil estudantes que não estavam assistindo às aulas nem realizando as atividades escolares. Em 2 de agosto, esse número chegou a 22 mil — uma queda de 59%.
Colégios de todo o Estado aproveitam o momento de retorno desses estudantes para intensificar as buscas ativas, com o objetivo de evitar o abandono escolar e incentivar que o aluno permaneça em sala de aula. As buscas são realizadas por equipes pedagógicas e acontecem por meio de telefonemas, cartas, comunicados oficiais e visitas às casas dos estudantes e responsáveis. Além disso, há parcerias com Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e Conselho Tutelar, que podem ser acionados caso os alunos ou responsáveis não compareçam à instituição de ensino mesmo após serem convocados a retornar para as aulas.
Jaqueline Ferrazza Gonçalves, diretora do Colégio Estadual Cívico-Militar Getúlio Vargas, em Curitiba, conta que acompanhou o retorno de muitos estudantes às aulas. “Se nossa busca não tiver resultado num primeiro momento, não desistimos. É muito importante trazermos nossos alunos de volta”, afirma. “Antes da pandemia, nosso colégio já tinha a preocupação com o acolhimento daqueles alunos que apresentassem baixa frequência ou aproveitamento. A situação atual potencializou a defasagem pedagógica, mas as nossas ações têm gerado resultados muito positivos”, avalia a diretora.
O Colégio Estadual Cívico-Militar Arlindo Carvalho de Amorim, em Curitiba, também viu aumentar o número de alunos que voltaram a frequentar as aulas neste semestre. “Fazemos de tudo para trazer nossos estudantes de volta para a sala de aula e temos muitas formas de realizar essa abordagem. Depois do retorno, garantimos a permanência de cada um deles por meio do acompanhamento diário”, diz o diretor da escola, Cláudio Aparecido Eduardo.
BUSCAS ATIVAS EM 2020 — Durante o período de ensino remoto, em 2020, os colégios estaduais usaram diversos recursos para acompanhar e motivar os estudantes. Em Pinhão, a equipe de uma escola rural chegou a percorrer 50 quilômetros para visitar os alunos e auxiliá-los a utilizar os aplicativos Aula Paraná e Google Classroom. Já em São Mateus do Sul e Umuarama, colégios organizaram carreatas para alcançar os estudantes. Outro exemplo aconteceu em Ibaiti, onde uma professora percorreu a pé um trajeto passando pelas casas dos alunos para motivá-los e conversar com os pais.
No primeiro semestre de 2021, foram promovidas diversas ações, chamadas de Dia D, para incentivar a participação dos estudantes nas aulas ao vivo, que aconteciam via Google Meet. Esse modelo de ensino continua sendo utilizado adicionalmente às aulas presenciais que ocorrem em quase todas as instituições de ensino estaduais neste segundo semestre letivo.
FONTE/FOTO: AEN