Paraná deixou de fazer 2,6 milhões de procedimentos médicos durante a pandemia
As restrições de acesso aos hospitais, o contingenciamento de leitos para o tratamento da Covid-19 e o medo de pacientes em procurar ajuda médica em função da pandemia provocaram queda de 2,6 milhões de exames, cirurgias e outros procedimentos eletivos — não programados ou que não são considerados de urgência e emergência — no Paraná […]
As restrições de acesso aos hospitais, o contingenciamento de leitos para o tratamento da Covid-19 e o medo de pacientes em procurar ajuda médica em função da pandemia provocaram queda de 2,6 milhões de exames, cirurgias e outros procedimentos eletivos — não programados ou que não são considerados de urgência e emergência — no Paraná em 2020.
É o que mostra um novo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), que tem analisado os efeitos da crise sanitária instalada no Brasil desde março do ano passado. Segundo os dados do CFM, no Paraná foram realizados n7.740.459 procedimentos eletivos em 2019, contra 5.065.199 em 2020, uma queda de 35%. No Brasil, no período, a queda foi superior a 26 milhões de procedimentos.
Transplantes
Os transplantes também tiveram queda grande. O país, que é um dos líderes mundiais na doação e no transplante de órgãos, viu os números despencarem com o agravamento da pandemia. A taxa de doadores efetivos caiu 13% e a efetivação de doações reduziu para 24,9%. O principal motivo desse declínio foi o aumento de 44% na taxa de contraindicação, em parte pelo risco de transmissão de Covid-19.
Os dados são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em um comparativo do primeiro semestre de 2020 com o primeiro semestre de 2021.
Câncer
Segundo publicações recentes, dados levantados no DataSUS mostraram que, em 2020 em relação a 2019, houve uma queda de cerca de 40% na realização de biópsias, que investigam se um tumor é maligno.
“Existem muitas pessoas que deixaram de fazer os exames de rotina durante a pandemia. A expectativa é que até 2029, os casos de cânceres em estágios avançados e mortes sejam muito maiores do que as médias de antes da pandemia”, diz Priscila Morosini, cirurgiã oncológica do Hospital São Vicente Curitiba.
Fonte: Bem Paraná