Um amplo estudo realizado pela secretaria estadual sobre o aproveitamento do Ensino Médio diurno e noturno a partir do Censo Escolar mostrou que os índices de abandono são muito superiores no período da noite. Em 2018, por exemplo, enquanto no período diurno 3,6% dos estudantes abandonaram os estudos, no noturno esse índice chegou a 17,7%.
Em consequência, o número de matrículas para o período também tem caído – em 2015 foram 129 mil matrículas e o ano passado 102 mil. “Observamos que a procura pelo ensino noturno tem caído e, além disso, o índice de abandono é alto. A média dos últimos anos foi de 18%. Diante disso e considerando que temos fila de espera por vagas no diurno, fizemos o remanejamento das vagas. A medida atende uma demanda da comunidade e, ainda, tem efeito direto sobre o abandono escolar”, explica o diretor de Planejamento e Gestão Escolar, Renan Compagnoli.
MAIS QUALIDADE – Além do potencial para a redução do abandono e de ampliar o atendimento nas escolas durante o dia, turno para o qual há fila de espera, o remanejamento de vagas do noturno para o diurno traz também benefícios pedagógicos para o estudante que muda de horário. Os índices de aprovação também indicam o melhor aproveitamento do Ensino Médio diurno: 85% de aprovação contra 65% no noturno.
De acordo com a secretaria, em termos de desenvolvimento pedagógico e grade curricular, o estudante do período diurno dispõe de mais tempo de aula e de maior diversidade de atividades extraclasse, como aulas e projetos desenvolvidos no contraturno.
“O simples fato de o aluno ter mais tempo de convívio com os professores já é um fator positivo. Significa mais tempo de aula, mais aprendizagem. O ensino noturno, idealmente, é uma exceção. Deve ser garantido para aqueles que não têm outra opção, que necessitam trabalhar durante o dia”, avalia o diretor de Educação da secretaria, Raph Gomes Alves.
FUTURO MELHOR – O combate ao abandono escolar e às consequências futuras decorrentes motivou a medida, uma vez que a baixa escolaridade está diretamente ligada à empregabilidade e remuneração. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD 2018), do IBGE, mostram que a remuneração média de quem possuí o Ensino Médio completo é 34,5% maior do que aquela de quem não concluiu.
A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2018), do Ministério da Economia, aponta que a remuneração de uma pessoa que concluiu o Ensino Superior é 253% superior ao salário recebido por alguém que não completou o Ensino Médio.
(AEN)
(Foto: Geraldo Bubniak/AEN)