WhatsApp clonado? Saiba como não ser mais uma vítima do golpe
Item indispensável dentro de uma rotina acelerada e repleta de tarefas, o celular se tornou uma verdadeira extensão das nossas vidas: reúne trabalho, comunicação e diversão em apenas alguns toques. A facilidade, porém, tem se transformado em uma grande dor de cabeça para algumas pessoas, vítimas de criminosos que se aproveitam da tecnologia para aplicar […]
Item indispensável dentro de uma rotina acelerada e repleta de tarefas, o celular se tornou uma verdadeira extensão das nossas vidas: reúne trabalho, comunicação e diversão em apenas alguns toques. A facilidade, porém, tem se transformado em uma grande dor de cabeça para algumas pessoas, vítimas de criminosos que se aproveitam da tecnologia para aplicar diferentes golpes com o auxílio do celular.
Entre uma troca e outra de mensagens por meio do WhatsApp – um dos aplicativos mais populares atualmente – uma suposta “falha operacional” chamou a atenção de um leitor do Massa News, que preferiu não ser identificado. Em questão de segundos, o app travou, as mensagens pararam de ser enviadas e apenas uma caixa de texto ficou disponível na tela do celular do homem, afirmando que a ‘conta não estava verificada’.
“O celular ficou liberado somente para chamada de emergência e travou em seguida. Tentei reiniciar, mas não adiantou. Como estava em uma reunião, deixei para lá e decidi que depois levaria o aparelho em uma assistência técnica para resolver”, explicou a vítima. Enquanto isso, do outro lado estava um golpista que, após clonar o número da vítima, aproveitou um ‘acesso livre’ ao WhatsApp para pedir dinheiro emprestado a familiares e amigos de confiança.
Com acesso às conversas salvas no aplicativo, o golpista utilizou informações pessoais da vítima e, até mesmo, a forma que ela conversava com os amigos para pedir grandes ‘empréstimos’. “Preciso de um favor seu! Estou com uma emergência, preciso enviar uma transferência de R$ 4 mil para outro estado e estou sem app e sem ter como ir ao banco agora”, dizia uma das mensagens enviada pelo golpista, que sempre tratava as pessoas por meio de apelidos e de maneira informal, como se fosse o verdadeiro dono do número.
Além disso, quem desconfiava da ação e tentava ligar para confirmar a situação, se deparava com uma ‘desculpa’ envolvendo o trabalho da vítima. O golpista afirmava que não podia atender a ligação, pois estava no trabalho ou em uma reunião. “Quem clonou o número fez a dupla verificação no aplicativo, coisa que eu não tinha, então eu não conseguia mais acessar o meu celular e as minhas conversas. Ligaram para uma pessoa que estava comigo e disseram que o meu número havia sido clonado, que estava pedindo dinheiro e que quando ligava não atendia”, explicou a vítima.
Ao todo, quatro familiares e amigos da vítima depositaram diferentes quantias em contas com nomes ‘falsos’, que somaram quase R$ 15 mil. “Eram contas com nomes muito estranhos e que não tinham nada a ver comigo. No início fiquei bem nervoso, pois achei que eles podiam estar mexendo em outros aplicativos ou que tinham acesso a informações do meu trabalho, que são confidenciais. Mas foi tudo muito ruim, principalmente pelo tanto de dinheiro que essas pessoas depositaram e perderam”, disse.
Alerta
Para o delegado Leonardo Carneiro, da Delegacia de Estelionatos, a principal orientação para os titulares da conta é fazer a dupla verificação no aplicativo. “Basta ir na configuração do próprio aplicativo e selecionar essa verificação em duas etapas. O app pede para que a pessoa salve uma senha para acessar o aplicativo, que é pedida de tempos em tempos para confirmar o acesso”.
Já para quem é abordado via app pelos golpistas, a recomendação é sempre tentar falar pessoalmente ou por ligação com o titular da conta. “A pessoa nunca deve atender qualquer pedido de empréstimo antes de ter a confirmação da pessoa, ou na pior das hipóteses, de um familiar da vítima para saber se está tudo bem. Isso é importante até para saber se a pessoa não está sendo coagida por um assaltante”, afirmou o delegado.
Carneiro explica, ainda, que em casos de golpes como estes, em que a transferência partiu da própria vítima, não há ressarcimento pelo banco. “Tem que fazer o boletim de ocorrência e informar a situação para que, após as investigações, haja a possibilidade de ser feita a restituição”, conclui.
Para a vítima, a situação serve como um alerta a todos e, também, um maior cuidado no uso do celular. “Não devemos nunca depositar dinheiro na conta dos outros se o pedido não for feito pessoalmente ou por ligação, ainda mais uma conta com um nome que você não conhece. A partir de agora vou evitar compartilhar algumas coisas pelo WhatsApp, como senhas ou números dos cartões de crédito. Além disso, passei a apagar todas as minhas conversas mais pessoas ou relacionadas ao trabalho”, desabafou.
FONTE: MASSA NEWS