Descubra se seu CPF e mais dados pessoais estão no vazamento de 223 milhões

Recentemente, aproximadamente 223 milhões de brasileiros tiveram dados pessoais vazados. Após a repercussão e a indignação de muitos diante da falha que deixou informações confidenciais à mostra, um site foi criado para ajudar usuários a descobrirem se também tiveram os próprios dados expostos. O FuiVazado!, conforme informações do site especializado em tecnologia Tecmundo, foi pensado pelo desenvolvedor Allan […]

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Imagem Descubra se seu CPF e mais dados pessoais estão no vazamento de 223 milhões

Recentemente, aproximadamente 223 milhões de brasileiros tiveram dados pessoais vazados. Após a repercussão e a indignação de muitos diante da falha que deixou informações confidenciais à mostra, um site foi criado para ajudar usuários a descobrirem se também tiveram os próprios dados expostos.

FuiVazado!, conforme informações do site especializado em tecnologia Tecmundo, foi pensado pelo desenvolvedor Allan Fernando. A plataforma, disponibilizada gratuitamente, faz pesquisas a partir da informação do número do CPF e da data de nascimento do usuário. Em poucos cliques é possível saber se os dados de qualquer brasileiro foram vazados.

Em entrevista ao Tecmundo, o desenvolvedor da plataforma explicou que, no sistema do site, não há nenhum recurso que seja capaz de armazenar informações de usuários que façam a pesquisa. Diante disso, ainda segundo o Tecmundo, não há qualquer indício de que o FuiVazado! possa coletar dados de brasileiros utilizando o pretexto de ajudá-los a descobrir o vazamento.

Descubra se os seus dados foram vazados

Em uma pesquisa rápida, com o número de CPF e a data de nascimento, qualquer brasileiro pode saber se os próprios dados foram expostos na rede.

Na página inicial do site (clique aqui e acesse), o usuário encontra dois campos em branco para preencher com as informações necessárias. Em seguida, é preciso realizar uma verificação antes de dar início à pesquisa.

Se a data de nascimento que acompanha o CPF informado estiver errada, a plataforma consegue, apenas, dizer se os dados daquela pessoa foram ou não vazados. Por outro lado, com a informação sobre o nascimento correta – e compatível com o banco de dados vazados -, o FuiVazado! é capaz de indicar quais dados foram expostos. Em nenhum momento o site releva os dados em si.

Exposição de autoridades 

Após o megavazamento, pesquisas mostraram que os dados de algumas das maiores autoridades do País também estão entre os expostos. Um levantamento realizado pelo GMC Online indicou que autoridades locais estão na lista das que foram atingidas pela falha de segurança. Entre os dados que pode, ter sido vazados estão endereço, email, score de crédito, poder aquisitivo e informações sobre imposto de renda.

Conforme pesquisa, o prefeito de Maringá, Ulisses Maia (PDS), o vice-prefeito Edson Scabora (MDB) e o presidente da Câmara Municipal, Mário Hossokawa (PP), são alguns dos que tiveram informações vazadas.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da prefeitura afirmou que “o prefeito Ulisses Maia não tomou conhecimento sobre o vazamento dos dados pessoais dele. O vice, Edson Scabora, também não. Ulisses Maia lamentou este tipo de crime, mas ressaltou que no caso específico dele, não tem com que se preocupar, já que os dados dele são públicos. Edson Scabora também lamentou o crime e disse que espera que as leis sejam capazes de punir adequadamente com o rigor que o caso exige”.

A reportagem também entrou em contato com o vereador Mário Hossokawa e aguarda retorno.

Entre as demais autoridades nacionais afetadas estão o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex- presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

No caso de políticos como o presidente Jair Bolsonaro, os dados, após expostos, foram colocados à venda na internet. A pedido do Estadão, a empresa de segurança Syhunt analisou alguns dos arquivos ofertados pelo criminoso na internet – e não é possível saber a identidade e o número de pessoas envolvidas no vazamento.

Um dos arquivos é considerado o “catálogo” das informações em poder do hacker. Nele, é possível fazer uma busca com nome completo ou CPF para encontrar aquilo que o hacker colocou à venda. Ou seja: o Estadão e a empresa não tiveram acesso aos dados das autoridades citadas na reportagem – o que foi encontrado é aquilo que o hacker diz ter colocado à venda. São menções à existência dessas informações.

O hacker está oferecendo informações em 37 categorias. Entre elas, Bolsonaro aparece com dados em 20, Maia, em 15, e Alcolumbre, em 16. Entre os ministros do STF, Ricardo Lewandowski é o mais afetado, com dados em 26 categorias. O presidente da corte, Luiz Fux, tem dados ofertados em 23 categorias. Todos outros também têm dados em mais de 20 categorias: Dias Toffoli (25), Luiz Roberto Barroso (25), Alexandre de Moraes (24), Gilmar Mendes (24), Rosa Weber (23), Kassio Nunes Marques (23), Edson Fachin (22), Cármen Lúcia (21) e Marco Aurélio Mello (21).

“Não é possível saber se os criminosos têm as informações ou não, mas é muito difícil que não tenham. As amostras foram claramente exportadas por uma ferramenta interna de consulta do hacker”, diz Felipe Daragon, fundador da Syhunt.

Após a divulgação da informação pelo Estadão, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, pediu providências. Foram enviados ofícios ao ministro da Justiça, André Mendonça, e ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito 4781-STF, que apura ofensas e ameaças aos ministros do STF.

Fux também considerou gravíssimo o vazamento anunciado de dados de milhões de brasileiros – segundo especialistas, esse pode ser o maior roubo de informações do País.

Foto: Ilustrativa/Pixabay
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