Economia do Paraná ‘perde’ R$ 7,8 bilhões com fim do auxílio emergencial

O ano de 2020 foi marcado por crises em cadeia. Com a crise sanitária que se instalou por conta da pandemia do novo coronavírus, teve início também uma crise econômica, com inevitáveis reflexos no âmbito social. Com o auxílio emergencial, inicialmente no valor de R$ 600 e depois de R$ 300, grande parte desses impactos […]

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Imagem Economia do Paraná ‘perde’ R$ 7,8 bilhões com fim do auxílio emergencial

O ano de 2020 foi marcado por crises em cadeia. Com a crise sanitária que se instalou por conta da pandemia do novo coronavírus, teve início também uma crise econômica, com inevitáveis reflexos no âmbito social. Com o auxílio emergencial, inicialmente no valor de R$ 600 e depois de R$ 300, grande parte desses impactos sociais e econômicos da pandemia foram amenizados. Mas aí chegou 2021 e o auxílio chegou ao fim. E agora?

No Paraná, conforme dados do Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU), o auxílio emergencial beneficiou mais de 3,2 milhões de pessoas, o equivalente a 30,7% da população do estado. Ao todo, foram injetados R$ 7.898 bilhões na economia, com o pagamento médio de R$ 2.463,03 no ano para cada favorecido. Só em Curitiba foram 467.995 beneficiários (26,71% da população), com o pagamento total de R$ 1,096 bilhão em auxílio.

Para se ter noção do que esses valores representam, o montante pago à população paranaense por meio do auxílio emergencial é quase quatro vezes superior ao pago aos idosos que tem direito ao BPC (228.588 pessoas, que receberam um total de R$ 2,211 bilhões no ano passado) e quase 13 vezes superior ao valor injetado na economia com o Bolsa Família (R$ 620,06 milhões, com 411.413 beneficiários no Paraná).

Sem esse dinheiro entrando, com o fim do auxílio emergencial, e a pandemia persistindo, o que virá a seguir?
Economista e professor da Universidade Positivo (UP), José Pio Martins explica que o Brasil é como uma máquina, um agrande sistema econômico operado por todos os brasileiros em condição de trabalhar. Antes da pandemia, eram 106 milhões de pessoas, das quais 13 milhões estavam no setor estatal, que não demitiu ninguém nem reduziu salários, mesmo com a chegada do novo coronavírus. Entre os que dependem do setor privado, contudo, houve perda de renda e aumento do desemprego e da subocupação.

“Essa máquina de produzir foi afetada, grande parte dos trabalhadores ficou sem renda, ficou ociosa. Com o auxílio emergencial, essas pessoas mantiveram condição de continuar consumindo e isso evitou uma catástrofe social, mantendo o consumo familiar, que é a aquisição alimentos, medicamentos, roupas, água, energia”, explica o economista.

No momento em que acaba o auxílio, aponta ainda o professor Pio, seria necessário uma recuperação rápida da atividade econômica. “A máquina tem de ser religada”, comenta. Mas aí vem um problema: quando a população estará imunizada contra a Covid-19? Afinal, será só depois disso que a retomada plena da atividade econômica será possível.

‘O certo era retirar só quando começasse a vacinação em massa’
Se a atividade econômica só será retomada em sua plenitude com a imunização de boa parte população e um abrandamento significativo da pandemia, o ideal, defende Pio Martins, era que o auxílio emergencial fosse pago ao menos até o momento em que começasse a vacinação em massa.

“Digamos que isso [vacinação] vem na metade de fevereiro. Os vacinados podem voltar [a trabalhar normalmente] e os que não foram vacinados também, porque irão conviver com os imunizados, que não transmitem a doença. É lamentável, é um problema [o fim do auxílio emergencial]. Parece um valor pequeno R$ 600 por pessoa, mas é um valor que sustenta pelo menos a compra de alimentos, a pessoa não passa fome completa”, afirma.

Fonte: Bem Paraná

(Foto: Franklin de Freitas)

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