“O triplo de viaturas ainda não seria suficiente”, diz o representante do Samu Noroeste na Câmara de Cianorte

Na sessão ordinária desta segunda-feira (18) – conforme requerimento 703/2019, de autoria da vereadora Santina Buzo (MDB) – utilizou a tribuna livre, o representante da coordenação médica e médico regulador do Samu Noroeste, Alain Barros Corrêa, a fim de discorrer sobre os serviços referente ao Samu 192 na cidade.

Primeiramente, Alain explicou o que é o Samu e sua importância. “O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência tem por objetivo prestado atendimento de urgência em situações de acidentes em vias públicas, complicações de saúde em domicílio, suporte aos pacientes nas transferências entre as instituições”, explica. “Acabe ao médico regulador gerenciar os recursos, priorizando os atendimentos mais graves. Todas as decisões são digitalmente registradas, através de boletim eletrônico”, alerta.

“Em Cianorte, temos uma unidade de suporte avançado (com médico, enfermeiro e condutor socorrista, além de todos equipamentos e medicamentos que tem numa Unidade de Terapia Intensiva – UTI) e uma unidade de suporte básico (com técnico de enfermagem socorrista e condutor socorrista, não se verifica risco de vida), que presta o serviço de urgência e emergência dentro do município. Já dentro da 13ª Regional de Saúde de Cianorte, há uma base de suporte básico, em Rondon. Em apoio ao Samu, existe uma rede integrada que envolve o Corpo de Bombeiros, Polícias Rodoviárias Estaduais e Federais, Frotas Municipais”, detalha.

O médico alertou para o fato de faltar ambulâncias pela demanda do Samu Noroeste. “Apesar da renovação de 100% da frota. O dobro não seria suficiente, talvez o triplo não seria suficiente. Nós temos um vazio assistencial, pois a maioria dos municípios não tem ambulâncias do Samu e, nesses contamos apenas com a ambulância da frota municipal. E nos municipais que temos ambulância, não é suficiente pela demanda”, salienta.

“Nos últimos seis meses, houve 4.075 atendimentos do Samu Noroeste em Cianorte. Desses atendimentos, 97% (3941) foi aberta ocorrência; e 3% trotes, pessoas que pediram informação ou engano. Dessa forma, em média, 20 atendimentos diários, sendo que em 7%, em média não é necessário o envio de recursos, ou seja, o médico regulador finaliza a ocorrência através de uma orientação médica e em 80%, são utilizadas as ambulâncias do Samu e o restante são utilizadas ambulâncias da frota municipal e viaturas Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. A maioria dos atendimentos é de média complexidade, sendo que a unidade de suporte avançando é suficiente para prestar o atendimento. E há ainda três helicópteros, sendo um em Maringá; um em Londrina e um em Cascavel para ser utilizado”, explica.

Alain, por fim, também comentou sobre a implantação da Central de Regulação em Umuarama e não em Cianorte. “A decisão de implantação da Central em Umuarama foi antes da implantação do Samu. A localização da Central é irrelevante, pois o único objetivo de saber o munícipio, é para saber qual recurso o médico regulador enviará e, se o recurso está disponível. Não existe tempo para priorização de cidades, mas, sim, de urgência de atendimentos independente da cidade. O Governo do Paraná, inclusive, quer reduzir de 12 para 4 Centrais, usando como o exemplo a de Umuarama, pois o custo é o mais alto do Samu”, finaliza.

Samu Noroeste

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Noroeste (Samu Noroeste) faz parte do Consórcio Intermunicipal de Urgência e Emergência do Noroeste do Paraná (Ciuenp) e conta com a participação, na área de cobertura, de 101 municípios, ou seja, 26% do Estado do Paraná, com abrangência populacional de 1,2 milhão de pessoas. Ele é composto por cinco Regionais de Saúde: Cianorte, Paranavaí, Umuarama, Campo Mourão e Ivaiporã. E é o maior Samu do Brasil, na quantidade de municípios de participantes.

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) (disque 192) – para atendimentos clínicos: (mal súbito, infarto, suspeita de acidente vascular cerebral, queda de pressão). O Samu de Cianorte fica na UPA Faustino Bongiorno.