A Prefeitura de Cianorte recebeu, na tarde da última quarta-feira (31), uma comitiva de representantes da ERB-1 Elétricas Reunidas do Brasil S.A, que é a empresa vencedora do Leilão Nº 005/2016 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para a construção, operação e manutenção das Linhas de Transmissão (LT) do Lote 01, ligando as cidades de Foz do Iguaçu, Guaíra, Sarandi, Londrina e Paranavaí. Os profissionais apresentaram as características gerais do empreendimento, estimado em mais de R$ 1,9 bilhão, que está em fase de licenciamento ambiental. Do total de 43 municípios que serão atravessados pela instalação, Cianorte faz parte do grupo denominado Linha 02 que, entre os três agrupamentos, é o maior em extensão e número de cidades.
“Todo trajeto foi estabelecido com base em estudos de clima; bacias hidrográficas; classificação dos solos; suscetibilidade à erosão; aptidão agrícola; vegetação; unidades de conservação; características da fauna; contexto socioeconômico; comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas; IDH; setores da economia; patrimônio arqueológico; entre outros; considerando desde a fase de implantação até a operação do empreendimento, para garantir que os fatores positivos sejam maiores que os negativos, tanto que a matriz para definição dos impactos conta com medidas de controle, minimização ou compensação”, destacou a engenheira florestal e advogada, Lella Curt Bettega, que apresentou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
A Linha 02, que vai de Guaíra a Sarandi, abrange 19 municípios. Em Cianorte, a extensão é de 21,72 km, que passa por 66 pontos, abrangendo rodovias, rios, propriedades privadas, entre outros. Questionada pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Guilherme Comar Shulz, sobre a possibilidade de impacto no Parque Cinturão Verde e na Reserva das Perobas, a engenheira florestal assegurou que nenhuma unidade de conservação será alterada. “O ponto mais próximo de onde será instalada a linha de transmissão fica a 10 km, um afastamento além da distância mínima de segurança”, afirmou Lella.
No caso dos terrenos particulares, segundo o advogado e coordenador fundiário do empreendimento, Thúlio Hubner, a empresa irá negociar com os donos. “Esta é uma obra que visa beneficiar a coletividade. Sabemos que o interesse público prevalece, mas o privado não pode ser prejudicado. Por isso, para cada proprietário, vamos fazer uma proposta de indenização como medida de compensação pelas restrições impostas à parcela de terra, chamada de Faixa de Servidão, necessária para a construção e operação da linha de transmissão, na qual não poderá realizar, por exemplo, edificações, instalações elétricas e mecânicas, plantação de árvores ou de culturas de grande porte e queimadas”, esclareceu o advogado, frisando que “não se trata de uma aquisição, mas sim de uma reparação financeira pela limitação”.
Já o engenheiro eletricista, Alexandre Rigueira, explicou que as linhas de transmissão são implantadas para transportar a energia procedente das unidades de geração (neste caso, da hidrelétrica) até os centros de consumo, onde é distribuída e tarifada pela companhia responsável que, em Cianorte, é a Copel. “Assim, este empreendimento tem como objetivo solucionar os problemas elétricos do sistema que supre o norte e o noroeste do Paraná, regiões que possuem um potencial muito grande de crescimento e requerem cada vez mais energia para o seu pleno desenvolvimento socioeconômico”, destacou.
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Nelson Magron Júnior, o projeto da linha de transmissão vem ao encontro do que a Prefeitura de Cianorte tem solicitado à Companhia Paranaense de Energia: mais uma subestação, para descongestionar os circuitos e aumentar a resistência aos desligamentos. “Com o abastecimento mais robusto e confiável, acreditamos na instalação de uma nova unidade de distribuição na cidade”, sugeriu.
A apresentação também foi acompanhada pelo secretário municipal de Indústria, Comércio, Vestuário, Serviços e Turismo, Wanderley Fernandes, e por servidores municipais. O contrato da ERB-1 Elétricas Reunidas do Brasil S.A com a ANEEL foi assinado em agosto de 2017 e o licenciamento ambiental junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para a realização da obra pode levar até 24 meses. No entanto, a previsão de início é março de 2019, com a aquisição da licença prévia. O prazo para execução é de até 60 meses e o período de concessão é de 30 anos.
Fonte: Assessoria de Comunicação