AEN – Foto: CBMPR
Também no ano passado foram incorporados 400 novos soldados bombeiros militares à corporação, após concurso público realizado pelo Governo do Paraná e conclusão do curso de formação. E há expectativa de contratação de mais 130 a partir de um concurso que deve ser realizado neste ano. Outras conquistas foram as novas sedes de Foz do Iguaçu, Ivaiporã e Colombo.
“Esses números mostram que o nosso planejamento está voltado às situações de alto risco que estão acontecendo hoje, não somente no Paraná, mas no Brasil e no mundo. Há uma tendência de aumento na quantidade de desastres, devido às mudanças climáticas, e o Corpo de Bombeiros percebe isso na prática, com o aumento de ocorrências”, explicou o coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior, comandante-geral do CBMPR.
“Planejamento é fundamental para o Corpo de Bombeiros, para que a gente tenha a visão de que, com as ocorrências aumentando, nós temos que ter um aumento do nosso efetivo, empregando ele de forma mais adequada”, disse o coronel. “Hoje nós estamos passando por uma reformulação: estamos diminuindo a carga administrativa e focando nas questões operacionais do bombeiro, para poder ter uma melhoria na escala de serviço dos nossos homens e automaticamente uma ampliação dos serviços prestados à comunidade”.
TRÂNSITO – A maior parte das ocorrências se refere a acidentes de trânsito, que representam cerca de 38,4% das atuações do efetivo. Foram 43.924 situações atendidas pelos bombeiros paranaenses em 2023, um aumento de 2,7% em comparação com 2022 (42.770).
Em 2023, foram adquiridas quase 400 motosserras de alto desempenho, 71 almofadas pneumáticas importadas da Eslovênia usadas para levantar e estabilizar veículos, e 57 desencarceradores austríacos para livrar vítimas presas nas ferragens em acidentes automobilísticos e em estruturas colapsadas. O Siate também recebeu 60 novas viaturas.
O Corpo de Bombeiros também é o responsável pelo atendimento pré-hospitalar, no qual é feito o primeiro socorro a pacientes que precisam de ajuda médica e o encaminhamento a hospitais, quando necessário. Esse tipo de ocorrência representa em torno de 31,2% das operações de campo realizadas pela instituição. No total, foram 35.703 atendimentos em 2023, um aumento de 5,7% em relação aos 33.777 atendimentos que haviam sido registrados um ano antes.
DESASTRES NATURAIS – O maior aumento percentual na comparação entre os períodos foi com atendimentos relacionados a desastres naturais. Isso se explica pelas fortes chuvas que castigaram o Estado em 2023. A atuação em missões de busca e salvamento foi necessária em 15.219 ocasiões, representando 26% a mais do que em 2022, quando esse número tinha sido de 12.046. Em relação a todas as ocorrências atendidas pelo CBMPR, as de buscas e salvamentos correspondem a 13,3% do total no ano.
As enchentes também impactaram diretamente na quantidade de atendimentos em desastres naturais, que inclui alagamentos, colapso de edificações, deslizamento, vendaval, entre outros. Em 2023, foram registradas 323 ocorrências, enquanto no ano anterior o número foi de 204, um aumento de 58%. As forças paranaenses auxiliaram inclusive bombeiros de outros estados, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em situações similares.
O comandante-geral do CBMPR explica a importância de ações preventivas, destacando a atuação em União da Vitória como exemplo. “Avisamos com antecedência a população para que ela saísse do local porque teríamos problemas com enchentes. Uma prova de que, mesmo sabendo que a tendência é o aumento de ocorrências, quando a gente tem plano de contingência, isso diminui os danos”, disse. “O Paraná passou por enchentes e incêndios florestais, mas não tivemos mortes ocasionadas diretamente a essas ocorrências”.
As ações de atendimento comunitário, que envolvem desde palestras a atividades de Defesa Civil, como entrega de lonas e alimentos em situações de crise, cresceram de 4.193 em 2022 para 5.047 em 2023, pouco mais de 20% de aumento. Elas correspondem a 4,4% dos atendimentos totais do CBPMR.
AFOGAMENTOS – No ano passado, os bombeiros militares atenderam 1.344 casos de afogamento, envolvendo 1.686 vítimas resgatadas. Foram registrados 53 óbitos. Os dados relativos a afogamentos estão incluídos nos de buscas e salvamentos. Embora os números de ocorrências sejam superiores aos de 2022, que teve 1.004 casos de afogamento e 1.212 vítimas resgatadas, houve uma redução na quantidade de mortes. Haviam sido 57 no ano retrasado, quatro a mais do que em 2023. Foram registrados mais salvamentos e menos fatalidades ao longo do ano.
INCÊNDIOS – De 11.803 casos de incêndio registrados em 2022, as ocorrências ligadas a fogo aumentaram para 14.065 em 2023. Em termos percentuais, esses dados apontam elevação de 19%. Combate a incêndio corresponde a 12% dos atendimentos prestados em 2023.
Das 2.262 ocorrências a mais em incêndios em 2023, 1.828 são referentes a fogo em vegetação – ou seja, 80%. Esse tipo de incidente, cuja alta pode ser explicada pelo calor e clima seco na maior parte do Paraná, pulou de 4.659 casos em 2022 para 6.487 em 2023 – 39% a mais. Outros tipos de incêndio, como em edificações e em meios de transporte, seguiram no mesmo patamar: 4.292 e 2.218, respectivamente.