A eliminação para o Caxias nas oitavas de final do Campeonato Brasileiro Série D foi dolorosa para o Cianorte. Cair em casa, com o estádio cheio e após uma boa campanha, foi um verdadeiro balde de água fria não só nos torcedores, mas também em todos os membros do clube. Símbolo de raça e determinação dentro de campo, o zagueiro Breno foi um dos que mais sentiu o revés. Em entrevista à TRIBUNA DE CIANORTE, o defensor relatou sobre o clima pós-jogo que, segundo ele, foi como um “velório” dentro do vestiário.

“Foi um sentimento muito ruim, de tristeza. Depois do jogo, ficou um clima de ‘velório’ dentro do vestiário. Ninguém ia tomar banho, todos estavam calados e ninguém olhava um para o outro. Demoramos muito para sair do vestiário. Depois nós rezamos e o Bolívar nos passou algumas palavras de incentivo, assim como o Fernando Carvalho (sócio do clube). Todo mundo procurou se incentivar e levantar a cabeça. Futebol é isso, né? Para um ganhar, outro tem que perder. Tínhamos condições de ganhar o jogo, mas pecamos bastante onde não poderíamos errar” afirma Breno.

Na medida em que o jogo se encaminhava para o fim e o placar de 2 a 1 para o adversário parecia consolidado, Breno, assim como em diversas outras ocasiões, tentou ajudar a equipe no setor de ataque. Após ouvir o apito final, a realidade veio à tona e o jogador não escondeu a frustração.

“Quando foi dado os acréscimos, pedi permissão para ir ao ataque e ele me liberou. Parece que o tempo passou ainda mais rápido. Quando perguntei ao juiz e ele me disse que faltavam três minutos, ai já bateu um sentimento ruim, pois ‘os caras’ já começaram a prender a bola. Foi difícil. Quando ele apitou o fim do jogo eu disse ‘não, não… é mentira!’. Nós sabíamos que o acesso era possível. Foi uma das eliminações mais frustrantes da minha carreira” desabafa.

É bem verdade que o Leão do Vale não conseguiu alcançar os objetivos que foram traçados para a temporada 2019. Mas se existe um jogador que se destacou independente disso, o nome dele é Breno. A regularidade do jogador no Campeonato Paranaense e na Série D renderam muitos elogios por parte dos torcedores e da imprensa.

Com contrato até 2021, o jogador deverá ser emprestado pelo Cianorte neste segundo semestre. De acordo com ele, o próximo destino está próximo de ser definido. Aliás, ele espera que as boas atuações com a camisa do Leão lhe rendam, no mínimo, um clube de Série B.

“Agora vou para casa, ver meu filho e passar alguns dias com a minha família. Deixo na mão do clube e dos meus empresários. Vamos ver o que eles estão reservando para mim, mas já me disseram que existem algumas situações em vista. Creio que na próxima semana já teremos alguma novidade. Espero que, se Deus quiser, eu possa jogar no mínimo uma Série B neste segundo semestre” concluiu.

Se no começo do ano o discurso era de “disputar uma Série B em cinco anos”, hoje, a situação é bem diferente no Cianorte Futebol Clube. Com a eliminação nas oitavas de final do Campeonato Brasileiro Série D, o Leão do Vale ficou sem calendário de competições nacionais para 2020. O único compromisso do time no ano que vem será o Campeonato Paranaense, que vai de janeiro a maio, apenas. Depois do estadual, a equipe ficará em inatividade pelo resto da temporada.

A eliminação para o Caxias, após perder por 2 a 1, em casa, no domingo, 07, pelo jogo de volta das oitavas, não estava nos planos da torcida e muito menos dos membros do clube. Afinal, a campanha da equipe na competição tornou o sonho do acesso bastante possível, já que equipe ficou a uma vitória simples de chegar às quartas de final do certame, fase que define os acessos à Série C de 2020.

“O trabalho estava sendo muito bem feito. Estávamos com uma possibilidade muito grande de conquistar o nosso objetivo que era jogar o último mata-mata antes do acesso. Infelizmente o sonho foi interrompido. Conseguimos fazer um jogo equilibrado, mas que acabamos pecando nas poucas oportunidades dadas ao Caxias. O sentimento é de tristeza, mas não podemos achar que está tudo errado” afirma Bolívar.

Sob o comando de Bolívar, a equipe fez 10 jogos na quarta divisão nacional. Foram quatro vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas. Apesar da eliminação, o “General” valorizou a mudança de clima pelos lados do Albino Turbay após a boa campanha.

“Acho que deixamos um legado. Acabamos trazendo novamente o torcedor para o estádio, com o espírito de uma equipe diferente do que tinha no campeonato estadual. Ficamos contentes neste sentido e triste por não termos conseguido o nosso objetivo principal” diz.

CONTRATO ENCERRADO

Agora, a diretoria começa o processo de “juntar os cacos” para planejar a próxima temporada. Uma das missões será manter Bolívar, cujo contrato foi encerrado ao término da Série D. O auxiliar técnico Patrício Boques e o analista de desempenho, Jeferson Ramos, também tiveram seus vínculos encerrados ao término da competição nacional.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do clube, que afirmou não ter novidades sobre o futuro do treinador. Pelo menos por enquanto, a situação seguirá indefinida, como confirma o próprio comandante.

“Vamos conversar com a direção mais para frente para ver se a gente continua ou se seguiremos um novo caminho. Vamos deixar nas mãos de Deus e tenho certeza que o melhor será feito tanto para o clube quanto para a nossa comissão técnica” conclui o treinador.

Fonte: Martins Neto / Tribuna de Cianorte

Foto: Diego Menegon